A ESTRADA DO TERROR
O carro seguia pela estrada
totalmente deserta. Nenhum outro carro à sua frente, tampouco atrás de si.
Simão e seu irmão Simon conversavam
sem se importar com o breu que pintava o cenário lá de fora.
No rádio tocava uma música preferida dos dois: “ ‘There'll
be peace when you are done Lay your weary head to rest Don't you cry no more’ …
Kansas: Carry On Wayward Son”.
A
mata dos dois lados da Estrada era densa. O farol alto era a única luz que
iluminava o caminho dos dois. Nem a lua dava o ar da graça, Nuvens espessas
ocultavam a beleza do firmamento, mas os irmãos não estavam preocupados com a
escuridão da estrada ou a beleza do firmamento, apenas queriam chegar em casa e
descansar da longa viagem.
De repente, sem a menor cerimônia ou
aviso o carro se apagou completamente e parou no meio da estrada.
“_Droga!” – Reclamou Simon que
estava no banco do passageiro.
“_Que azar!” – Completou Simão já
descendo do carro para inutilmente dar uma olhada no motor do veículo.
Capô aberto, mas nada de detecção do
problema.
“_E agora?” – Disse Simon desolado.
Empurraram o carro para o
acostamento e decidiram esperar que alguma alma viva passasse por aquele lugar,
os celulares nem adiantava tentar, completamente sem sinal.
Um farfalhar de folhas chamou a
atenção dos dois. Olharam ao mesmo tempo e viram uma criança atrás de um arbusto
a espreitá-los. De repente risos ecoaram por aquele vale e várias outras
crianças apareceram, corriam de um arbusto a outro como se estivessem se
escondendo. Uma das crianças fez sinal para os dois como se os chamassem, o
sorriso daquelas crianças não era nada agradável, a boca parecia ser bem maior
que o natural e os dentes pareciam muito afiados.
“_Ai meu Deus, o que é isso Simão?”
– Gritou Simon desesperado.
Os dois tentam entrar no carro, mas
suas pernas estavam paralisadas pelo medo.
Ao longe surge uma luz de farol...
Uma luz de esperança...
Um carro para ao lado do carro dos
dois irmãos e desce um casal com uma criança.
A criança corre para junto dos
rapazes e segura em suas mãos dizendo: “_Não se preocupem, meus pais vão ajudar
vocês!” Os pais porém ignoram os dois e correm próximo à ribanceira: “_Querida,
não olhe, ligue para a polícia.” _ Disse o homem.
Simão e Simon se aproximam do casal
para agradecer pela ajuda quando vislumbram o inacreditável. Seu carro está lá
embaixo, irreconhecível. A fumaça denuncia que ali houve um incêndio. O pior é
que seus corpos estão dilacerados e quase irreconhecíveis.
A mulher chora ao celular: “_Alô,
polícia... Houve um grave acidente, duas pessoas estão mortas! Por favor nos
ajudem!”
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